Tannat
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- Categoria: cepas
Essa uva francesa nasceu em uma região chamada Madiran, ao pé dos Pirineus, mas é considerada, de fato, um patrimônio nacional do Uruguai!
Conta a história que, no século 17, os vinhos Tannat de Madiran eram aceitos pelos nobres franceses, como forma de pagamento de impostos dos plebeus.
No século 19, um francês chamado Pascual Harriague introduziu essa cepa no Uruguai, onde ela se adaptou perfeitamente, ganhando força e prestígio, ao proporcionar vinhos de sabor único, cor concentrada e complexidade intensa.
Apesar de ainda ser cultivada na França, o Uruguai é hoje o produtor dessa uva que mais se destaca. Cerca de 45% de seus vinhedos são ocupados pela variedade. Curiosidade: no Brasil, estima-se que a uva ocupe aproximadamente 5% dos vinhedos. A Argentina também cultiva Tannat com certa relevância, e outros países onde a Tannat também está presente, ainda que em áreas muito pequenas, são a Austrália, o Peru, o Chile, a Bolívia, a África do Sul, a Itália e os Estados Unidos.
Também conhecida por outros nomes, como Moustrou, Madiran, Harriague e Bordeleza, a Tannat é uma uva muito adequada para o cultivo em regiões de clima mais quente.
Como o próprio nome indica, Tannat é uma variedade muito rica em taninos, devido à espessura grossa da casca, e ao elevado número de sementes dessa uva. Cada bago de Tannat costuma ter 5 sementes, sendo que o mais comum, nas outras variedades, é a presença de somente 2 ou 3 sementes por bago de uva.
Por ser a Tannat a uva mais tânica de todas, com alto poder antioxidante, e maior capacidade de auxiliar na prevenção de muitas doenças, o vinho que ela produz é considerado o mais saudável que conhecemos. Se quiser saber mais sobre esse assunto, clique aqui.
Mas o alto nível de taninos, em contrapartida, fez com que a Tannat ganhasse fama de selvagem, rústica e até mesmo agressiva, na França.
Como essa é uma questão de estilo, e uma questão cultural, enquanto os produtores franceses adotam métodos de vinificação buscando suavizar os taninos da uva, os produtores texanos, por exemplo, fazem exatamente o oposto, com maceração prolongada para destacar o alto teor tânico de seus vinhos.
Na América do Sul, e principalmente no Uruguai, os estilos de Tannat variam imensamente. O passeio pelos Tannat uruguaios permite-nos apreciar rosés leves e frutados, tintos jovens, tintos de guarda, e até mesmo vinhos licorosos.
Mas, independente do estilo, os melhores Tannat são sempre intensos, muito elegantes, com final longo e memorável.
Apesar de ser uma cepa muito utilizada e valorizada como varietal, a Tannat também é bastante vista em vinhos de corte. Na França, seus parceiros mais comuns são Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. Já no Uruguai, os cortes mais comuns são com Merlot, Pinot Noir, Viognier e Syrah.
A harmonização da Tannat agrada em cheio os apreciadores de churrasco daqui do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Os taninos dessa uva combinam muito bem com carnes mais gordurosas.
Se você nunca fez essa combinação, no seu próximo churrasco, dê uma chance ao Tannat, seja com uma costela uruguaia, com um argentino bife ancho ou com uma brasileiríssima picanha!
Outra boa sugestão para combinar Tannat em uma refeição, é harmonizar esse vinho com sobremesas à base de chocolate amargo. Essa é uma surpresa muito agradável para o paladar!
De um jeito ou de outro, Tannat é sempre um vinho com personalidade marcante. Pode até não agradar a todos, mas certamente não permite que ninguém lhe seja indiferente!
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