O caráter divino do vinho

Os prazeres proporcionados pelo vinho são, não só de caráter sensorial, mas também espiritual. Assim tem sido, por milhares de anos.

O vinho sempre desfrutou de um caráter místico, como um líquido que nasce de uma transformação mágica, ou milagrosa.

A crença de que o vinho viria diretamente dos deuses fez com que as pessoas o avaliassem mais pela sua origem, do que pelo seu sabor ou efeito inebriante.

Não à toa, é frequentemente chamado de o néctar dos deuses.

Outros alimentos certamente também foram considerados sagrados, ao longo da história, em diferentes locais e em diferentes culturas. Mas somente o vinho foi imbuído desse caráter, através dos milênios. Por quê?

Talvez seja pelo fato da vinha parecer morta no inverno, como se estivesse renascendo a cada primavera...

Talvez seja pela cor do vinho tinto, que rapidamente nos remete a sangue, e a própria vida humana...

Talvez, e mais provável, porque o vinho não foi uma invenção do homem, e, sim, uma descoberta.

Homero, um dos primeiros poetas da Grécia Antiga, escreveu sobre as aventuras de Ulisses, em sua obra Odisseia, um dos maiores poemas de toda a história. Quase mil anos antes de Cristo, Homero descreve seu herói espantado, e encantado, com o vinho produzido espontaneamente, a partir dos cachos de uva que despencam da vinha.

E, se hoje o homem procura controlar e dominar a natureza, na Antiguidade isso seria considerado, praticamente, uma blasfêmia.

Da mesma forma, o próprio consumo do vinho também era diferente. As pessoas bebiam algo que elas consideravam mágico, ou divino.

Se quiser ler sobre uma das histórias mais bonitas relacionadas ao vinho, que vem do Cristianismo, no momento em que Jesus realiza seu primeiro milagre, clique aqui. Ou então, se quiser ler sobre a história bíblica da vinha de Noé, clique aqui.

Saúde!




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